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sabercomereviver
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14:15
Para uma alimentação saudável nos
adolescentes
O consumo de fast–food está a alastrar no país e em todo o tipo de estratos sociais, apesar de o cidadão minimamente avisado saber que tal alimentação é prejudicial à sua saúde. As próprias crianças o sabem.
Qual a razão então da corrida a este tipo de alimentos? O que estará a falhar?
Convenhamos que é agradável, de quando em vez, saborear uma sandes ou um prato diferente, para mais sem a preocupação de ter de arrumar tudo mais tarde. Mas porquê tanta sedução por um tipo de alimentação que se sabe à partida fazer mal à saúde? Preguiça? Falta de tempo? Eficácia da publicidade enganosa?
Preocupante é, sobretudo, o que se está a passar com os jovens, com o aumento considerável do número de casos de excesso ponderal e obesidade, apesar da crescente procura de ginásios.
É fundamental reflectir seriamente sobre este problema, pois os danos feitos durante a adolescência em matéria de nutrição dificilmente serão corrigidos no futuro.
Para prevenir este problema será precisa maior sensibilização para uma alimentação saudável, mas, paralelamente, serão necessárias melhores condições envolventes.
A transformação das cantinas e bares escolares em espaços em que os jovens se sintam bem e com os quais se identifiquem, em alternativa aos dos centros comerciais, será o primeiro passo.
Depois, será necessário investir na qualidade e variedade das ementas, de modo a melhorar a apresentação e o paladar dos alimentos e o seu equilíbrio nutricional. Nos bares haverá que promover a gradual eliminação de produtos hipercalóricos e a sua substituição por produtos mais saudáveis ou a redução dos seus preços, incentivando assim o seu consumo.
A adolescência é considerada uma fase especialmente vulnerável em termos nutricionais, devido a uma maior carência geral e necessidades especiais de nutrientes, provocadas pela maior velocidade de crescimento e pelas alterações do estilo de vida e dos hábitos alimentares que nela ocorrem.
Em termos práticos, uma alimentação saudável na adolescência deverá ter como objectivos: possibilitar o desenvolvimento máximo consentido pelas características genéticas – cerebral, ósseo, estatural; aumentar a capacidade de resposta imune para reduzir a susceptibilidade a doenças infecciosas e outras; impedir o aparecimento de doenças metabólicas degenerativas; beneficiar a competência mental, favorecer a atenção e, deste modo, contribuir para melhores aptidões escolares.
É fundamental que os
adolescentes:
- Façam seis ou sete refeições diárias,
evitando que fiquem mais de três horas sem comer;
- Tomar um
pequeno-almoço completo, com leite e pão ou cereais simples;
- Comer sopa ao almoço
e jantar e a preferir alimentos cozidos, grelhados ou estufados em gordura
vegetal, em vez dos fritos e assados.
- Na selecção dos menus
e na prática das refeições, é importante a preferir ementas à base de carne de
peru, frango, galinha e coelho, em detrimento de carne de vaca, pato ou porco, e
não comer a pele e a gordura visível da carne e do peixe
- Escolher o azeite como
gordura de eleição, e optar, quando for o caso, pelos conservados em azeite ou
em água
- reduzir o consumo de
alimentos ricos em sal ou açúcar, assim como o de bebidas gaseificadas e
refrigerantes.
- É aconselhável que não
tomem sistematicamente o almoço fora de casa, mas, se tal prática não for
possível, prefiram comer nas cantinas das escolas (pressionando os conselhos
directivos a torná-las espaços agradáveis de convívio, a servirem refeições
nutricionalmente equilibradas e variadas e a eliminarem as máquinas de venda e
todos produtos hipercalóricos dos bares);
- No caso de terem
excesso de peso, é conveniente não andar com muito dinheiro, de modo a
reduzir-lhes as possibilidades de tentação por outros alimentos aliciantes, de
que não necessitam e que só fazem mal.
- Por último, é
primordial estimular a praticar actividade física, na escola, nos ginásios ou em
clubes desportivos, andar a pé e organizar caminhadas com os amigos.
Excerto de um artigo de Paula Beirão Valente
(Nutricionista)